Iniciativa
Para conhecer e sentir Pelotas de maneiras diferentes
Terceira edição do Olho de Sogra, um encontro para deficientes visuais que circula por alguns pontos turísticos da cidade, reuniu 14 participantes de diversas regiões do Estado e do país neste sábado
Gabriel Huth -
Um passeio pelos pontos turísticos de Pelotas para sentir, entender a história, as cores e os cenários que fazem parte da Princesa do Sul. A terceira edição do Olho de Sogra, um encontro para deficientes visuais que circula por alguns pontos turísticos da cidade reuniu 14 participantes de diversas regiões do Estado e do país neste sábado (2).
As visitas são acompanhadas da descrição feita pela guia de cada detalhe dos lugares. Durante a visita na Catedral Metropolitana São Francisco de Paula, a responsável por destacar as características dos locais falou, inclusive, das árvores localizadas em frente à Catedral. "A informação verbalizada e a comunicação acessibilizada dos pontos turísticos possibilita que os deficientes visuais sintam a cidade", explicou o organizador e criador do evento, Leandro Freitas, deficiente visual há oito anos por conta de uma doença autoimune.
Freitas contou que, depois que perdeu a visão, fez algumas viagens que, segundo ele, foram experiências frustrantes por conta da falta de acessibilidade quanto às informações não só do lugar visitado mas do cenário que compõe o ponto turístico. "Nós deficientes visuais sentimos através do tato e da informação verbalizada. Poder se sentir as cores através de uma outra pessoa que as descreve é incrível e eu sinto a necessidade de proporcionar isso aos outros", disse.
O casal Francis Guimarães e Danielle Rodrigues, ambos deficientes visuais, vieram de Porto Alegre para participar e falaram da importância do encontro. "Com as informações repassadas conseguimos sentir e entender a cidade. É uma experiência maravilhosa", disse. Danielle é funcionária pública, deficiente visual desde o nascimento. Ela é casada há dois anos com Francis, técnico de informática e estudante de História que perdeu totalmente a visão aos 16 anos devido a uma doença degenerativa.
O encontro passou pelo Parque Dom Antônio Zattera, Catedral Metropolitana, Casarões da praça Coronel Pedro Osório, Caixa d'água da rua Santa Tecla e se encerrou na doceria Berola. "A ideia do nome Olho de Sogra veio por conta da cegueira e dos nossos doces que são conhecidos nacionalmente", finalizou Leandro.
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